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ATRÁS DA PORTA | PROJETO TERROR

             
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MEDO DE ESCURO

Medo de escuro
O médico psiquiatra levantou da cadeira e disse:
-O senhor está bem?
-Nunca me senti melhor, semanas que não vejo mais aquelas coisas. - Fábio balançou a cabeça e as lágrimas correram pelo seu rosto. – Por que demorei tanto a procurar ajuda?
Dr. Roberto passou a mão sobre a barba, estava bem feita, apesar dos óculos, o cabelo grande estilo anos oitenta, dava ao médico uma aparência amistosa.
-Á doença mental é assim mesmo demoramos a admitir que ela exista. O senhor tem uma fobia comum, medo de escuro, entrou aqui há vinte anos após um surto de esquizofrenia, para nossa felicidade nos últimos dias vem vencendo esse medo;
-Nem acredito que vou sai hoje. - Disse Fábio sentando na cadeira e colocando a mão no rosto.
-Será um teste. – O psiquiatra colocou a mão no ombro. – Não quero desanimar você, mas das duas últimas vezes fracassamos e acabou se machucando. Não podemos permitir isso dessa vez.
-Sei disso, não foi por minha culpa. – O psiquiatra olhou para Fábio, não queria, naquele momento crucial, ouvir as palavras demônios, espíritos, culpar os fantasmas, mas ele corrigiu a tempo.– Quero dizer foi culpa da circunstância, não vou dizer são os fantasmas, já entendi que eles não existem e que meu medo é produto da minha doença.
O psiquiatra pegou um papel e assinou.
-Uma família voluntária receberá o senhor, já que não tem mais parente vivo depois de vinte anos internado aqui, os únicos que vinham visitar o senhor eram seus avós, mas eles já morreram no ano retrasado. Um programa criado pelo próprio hospital, pessoas com grande qualidade de caráter e que ajudam o hospital nesse tipo de trabalho. - O psiquiatra pegou a foto da família e mostrou para Fábio, casal de filhos, um filho  adolescente e um filha pequena, cinco anos.
-Bela família.
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Sexo Casual

Como de hábito, Sandro chegou ao seu local de trabalho no exato momento em que a noite terminava de asfixiar os últimos raios de sol – as luzes artificiais dos postes na rua em frente ao seu prédio substituíam a acolhedora claridade natural que ele tanto adorava.

 Lá dentro, o ambiente estava cheio de pessoas silenciosas, cada uma no seu canto, sem a menor preocupação com a vida alheia. Sandro gostava de privacidade no trabalho, por isso considerava uma verdadeira dádiva poder passar a maior parte do seu expediente noturno em uma sala reservada que ficava bem longe da "área comum em que a maioria das pessoas ficava".

 O grande salão central nunca ficava vazio, mas mesmo assim Sandro sentia calafrios toda vez que passava por ele, ele não sabia explicar, mas tinha algo a ver com o formato arquitetônico daquela ala do prédio. Havia um *pé direito muito alto, ou melhor, absurdamente alto. Isso lhe causava uma sensação esquisita de encolhimento, sentia-se pequeno, desprotegido e a mercê daquele prédio.

 Aquele local trazia para Sandro sentimentos antagônicos, pois ao mesmo tempo em que o fazia sentir calafrios, também lhe trazia ótimas lembranças. Foi ali que conheceu várias garotas ao longo dos anos, cada uma teve algo especial para lembrar, algumas não passaram de simples flertes, um olhar mais ousado, mas que acabou não dando em nada. Mas outras... Com outras a história tinha sido muito diferente, houve química, houve pele, desejo, tesão, loucura e sexo... Muito sexo...