Carla chega em seu apartamento no mesmo horário rotineiro. Devagar sobe as escadas e já sente novamente seu corpo começar a tremer.
Suas mãos suam de nervoso. Ela odeia aquele apartamento, não pela sua qualidade e conforto que, pelo contrário são extremamente fartos. Existem outros incômodos.
Muitos outros...
Espelhos..
São vários por todo o apartamento, se ela soubesse que um dia iria possuir essa síndrome; jamais o compraria. Mas o passado é algumas vezes como as rochas invisíveis da base de uma grande montanha; Você sabe que existem, mas reconhece que jamais poderá se aproximar.
Ela abre a porta...
São muitos espelhos, todos estão cobertos. Ela em desespero conseguiu com grande dificuldade cobri-los. Todos. "Há quanto tempo ela não se via?"
Havia um que a fazia estremecer mais. Ficava frente a sua cama. Um grande espelho que cobria toda a extremidade de um decorado pilar. Fora o mais difícil de cobrir. Dois grandes lençóis e muita fita adesiva foram necessários.
Banhou-se, alimentou-se, ouviu um pouco de musica e foi deitar-se.
O colchão era macio e o quarto reconfortante. Não tardou a torpes do imediato adormecer aproximava-se. Quando as pálpebras aproximavam-se para o temporário descansar...
Um barulho rápido a fez despertar. A fita adesiva soltara-se e o espelho a sua frente brilhou imensamente a pequena luz do ambiente.
Seu corpo travou-se, não por motivo físico algum, mas sim pelo seu psicológico não a permitir. Seus olhos olhavam fixamente para o grande espelho a sua frente. Seu corpo tremia e suava.
Ele refletia a pequena luz. Carla podia ver seu reflexo por completo. Via o seu sofrimento. Tentava fechar os olhos, mas não conseguia.
Ela via o seu sofrimento...
Vagarosamente a pequena luz foi gradualmente diminuindo de intensidade, não porque apagava-se, mas sim porque era encoberta por uma sombra maior.
Havia mais alguém ali.
Carla olhou para o lado com grande dificuldade. Não havia nada. Olhou novamente para o espelho e a sombra aumentava cada vez mais, Cada vez mais...
Até que então um rosto que ela nunca havia visto aparece no reflexo.
O exemplo acima é uma ficção, mas acreditem! Existem milhares de pessoas com esse gigantesco medo de espelhos. Essa fobia é conhecida cientificamente como:EISOPTROFOBIA.
O medo de espelhos é conhecido por diversos nomes: Catoptrofobia, Espectrofobia e Eisoptrofobia.
Eisoptrofobia deriva-se do grego 'eis' (em) e 'optikos' (Visão).
Os nomes são muitos, mas a fobia a mesma;
A ciência diz que a maioria dos casos provém da obsessão causada pela estética desprovida e a delineação da grande estima pela auto-imagem, ainda também pela obesidade em diversos casos. Segundo dados, essas características afastam essas pessoas de conseguirem olhar-se no espelho, mesmo que seja por um segundo. E acarretam e aprofundam ainda mais este tipo de fobia.
Não se tem data determinada de quando surgiu a Eisoptrofobia, pelo contrário as ideologias remetem para quando o homem tinha somente as águas límpidas dos riachos para se observar. Nestes tempos a imagem refletida tinha em muitos lugares o significado de "A própria alma".
E é neste ponto que o Quero Medo adentra, porque como todos aqui sabemos nosso blog é referencia de arte e entretenimento para com o terror contemporâneo. Aqui: terror é cultura.
Com essa ideologia mais oculta e sombria é que vamos nos preocupar, não que seja verdade, mas sim puro entretenimento; não confunda!
Então...
Sendo o reflexo naquela remota época ainda refletido nos límpidos riachos e tendo neste tempo a representatividade da visão da própria alma. Como consequência natural, muitas visões referente a essa síndrome foram surgindo nos homens tão cativados pelo sobrenatural e o incompreensível.
Com o tempo surgiram os espelhos e tudo que conhecemos até os dias de hoje, contudo algumas figurações se mantiveram e perduram até hoje acalentando na sociedade atual figurações antigas anexadas que remetem a má-sorte ou desespero iminente.
Vejamos alguns pontos que a história dessa síndrome fazem parte de nós sem que tão pouco percebemos:
Antigamente quando o reflexo num lago fosse perturbado, ainda mesmo pela miníma folha de uma árvore, representava para o observador em épocas remotas como mau-agouro e catástrofe eminente ou desastre.
O ponto anterior gerou em nossa sociedade atual a superstição de espelhos quebrados com má-sorte ou morte, ou ainda sete anos de azar.
Algumas tribos africanas evitam olhar seu reflexo em águas tranquilas durante a noite. Temem serem mortos por maus espíritos ou crocodilos enviados para sugarem suas almas.
Em muitos países crianças com menos de um ano não são expostas à qualquer espelho, segundo a crença isso evitaria uma morte certa.
Ainda neste contexto, em diversas regiões após o falecimento de alguém em uma casa; todos os espelhos são tampados para que ninguém veja o reflexo do falecido, pois se o verem terão seus dias na terra abreviados.
Catoptromancia ou adivinhação nos espelhos era utilizada no inicio do século XVII, quando homens estudavam o reflexos de pessoas em um espelho submerso em águas límpidas.
Segundo a literatura de terror: os vampiros não possuem reflexo, pois já não possuem alma. Logo a lenda vira literatura.
Em diversos casos (não todos) esquizofrênicos ou pessoas com insuficiências renais tendem a adquirir a Eisoptrofobia.
Certas culturas cultuam que se acender uma vela frente ao espelho isso atrairia espíritos para dentro dele.
Os sintomas mais comuns são:
Evitação de espelho;
Tremedeira / Agitação;
Pensamentos de morte;
Gritar, chorar, tentar fujir;
Taquicardia, respiração superficial, pupilas dilatadas, sudorese,
Ataques de ansiedade e de pânico;
Os tratamentos devem seguir orientações psiquiátrica.
Como o QUEROMEDO não é médico, recomendamos, caso você precise, que procure um, pois infelizmente não devemos ou podemos divulgar algum tipo de tratamento.
Essa associação tenebrosa com os espelhos parece fazer parte da humanidade. Persegue o homem por séculos associando o espelho ou reflexo a algo que pode tornar-se tenebroso e fúnebre.
A Eisoptrofobia é uma fobia extremamente assustadora e terrível que afasta muitos de um ato tão comum que é de simplesmente ver o seu reflexo.
E como você ousaria olhar se achasse que algo surgiria ali ao seu lado?
Que faria você se visse uma figura desconhecida enquanto penteava o cabelo? Quanto tempo ficaria olhando caro leitor?
Quanto tempo você olharia para esse rosto tenebroso que te observa enquanto você escova os dentes?
Me diga caro leitor: Você olharia para os espelhos?
Muito obrigado a todos pela visita. Se tiverem relatos podem postar nos comentários.
Que tal agora dar uma olhadinha?
No espelho...
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